A introdução de espécies exóticas em comunidades naturais nas quais elas não existiam é, geralmente, mediada pela atividade humana e pode afetar tanto a biodiversidade – por causarem a perda de diversidade biológica podem ser considerados “poluentes biológicos”– quanto às atividades econômicas, com danos à atividade pesqueira, riscos sanitários, gastos com manutenção de turbinas em hidroelétricas, entre outros (Carlton,1985). Bioinvasão ou invasão biológica é o ato ou efeito de um ou mais organismos invadirem e se estabelecerem em ambientes onde não haviam registros anteriores para a espécie (Carlton, 1985).
A bioinvasão do coral-sol Tubastrea spp. na Baía de Todos os Santos é mais um fator impactante para o ecossistema recifal. Pesquisadores e gestores ambientais tem mostrado grande preocupação com os efeitos da invasão do coral-sol, sobre as comunidades nativas dos ecossistemas recifais e estuarinos na BTS. Resultados publicados recentemente apontam que nas áreas recifais do Recife dos Cascos, onde o coral-sol foi dominante, a cobertura dos corais nativos foi relativamente baixa, o que provavelmente ocorreu devido às eficientes estratégias de competição desse invasor que pode matar o tecido de espécies nativas (Miranda et al., 2016). Os experimentos deste estudo mostraram que a espécie nativa (Siderastraea stellata) sofreu aumento da mortalidade quando em contato direto com o coral-sol.
Neste experimento, objetivamos utilizar os esqueletos das espécies de coral-sol (Tubastraea tagusensis e T. coccinea), extraídos durante ações de manejo e controle dessas espécies na BTS, como substrato para ações de restauração de recifes de coral nas proximidades da Estação Ecológica Ilha do Medo, Itaparica, Bahia, Brasil.
No vídeo abaixo, demonstramos uma parte do processo artesanal de produção das primeiras placas sementeiras, que serão utilizadas em nossos experimentos de restauração de recifes de coral.